Novo arcebispo de Maceió fala à imprensa
Em encontro com jornalistas na Catedral Metropolitana Nossa Senhora dos Prazeres, Dom Beto falou de missão, serviço e sinodalidade
O franciscano Dom Carlos Alberto Breis, OFM, foi nomeado pelo Papa Francisco nesta quarta-feira, 03 de abril, como novo arcebispo de Maceió, após o Pontífice ter aceitado a renúncia apresentada por Dom Antônio Muniz Fernandes. E nesta quinta-feira, 04 de abril, Dom Beto, como gosta de ser chamado, concedeu uma entrevista coletiva. O bispo agradeceu a presença da imprensa e ressaltou a importância de os veículos de comunicação apoiarem e divulgarem os trabalhos da Igreja.
Em seu primeiro encontro com a imprensa após assumir o comando da Arquidiocese, Dom Beto enfatizou que sua missão é liderar uma igreja caracterizada pela oração, pelo serviço ao próximo e o compromisso missionário.
Após a coletiva, Dom Beto concedeu uma entrevista exclusiva ao jornalista Wagner Oliveira, da Rádio Imaculada 92,3 FM de Maceió, que você confere a seguir:
Dom Carlos, o senhor, depois de ter chegado à Arquidiocese de Maceió, visitou as comunidades, paróquias, movimentos, pastorais e associações. Como o senhor analisa este momento da Arquidiocese após essas visitas e como o senhor assume esta igreja?
A Arquidiocese de Maceió tem uma caminhada muito bonita. São 120 anos de uma caminhada de sinodalidade e eu chego não iniciando uma nova caminhada, mas entrando para caminhar junto neste processo que vem sendo realizado há muitos anos. E um bispo, quando chega em uma diocese, ele traz aquela que é própria da sua identidade, da sua missão, estar a serviço da comunhão, da unidade e ao mesmo tempo também uma comunhão aberta, uma comunhão missionária. O bispo é sempre a figura de unidade na igreja particular e ao mesmo tempo uma unidade que se se torna igreja em saída, como diz o Papa Francisco, então vendo muito com essa disposição e ser fator de unidade de comunhão, todas as expressões de categorias do povo de Deus desta igreja particular e ao mesmo tempo também dinamizar, impulsionar a missão, uma Igreja sempre mais em saída.
Como o senhor deseja trabalhar com os leigos na arquidiocese?
A igreja há muitos anos, desde a conferência Episcopal de Santo Domingo, que insiste que os leigos são os protagonistas. E o Concílio Vaticano Segundo dizia que os leigos são a igreja no coração do mundo e o mundo no coração da igreja. E na nossa Arquidiocese temos tantas expressões de laicato nas pastorais: pastorais, sociais, novas comunidades, movimentos, associações. Uma variedade muito grande de expressões em que os leigos se fazem presentes, atuam, seguem a igreja. Então, contar com eles e caminhar com eles e ao mesmo tempo ajudar que eles também se tornem cada vez mais protagonistas da missão.
O senhor já teve a oportunidade de conversar com os políticos da Aquidiocese de Maceió, dos municípios e do Estado de Alagoas? Como será esse trabalho da igreja com os políticos na promoção de políticas públicas para ajudar os mais necessitados?
A relação nossa como igreja, com os que detêm poder, no âmbito estadual, federal ou municipal é sempre uma relação de respeito, no empenho de colaborar, mas sem ficar atrelado a este ou aquele governante. Quanto mais a Igreja se tornar autônoma, mais ela pode exercer a sua missão, sem ficar atrelada ou devendo obrigações a este ou aquele, em qualquer tendência política, linha A ou linha B, mas a Igreja criando uma cooperação a partir de sua identidade e de sua missão, mas ao mesmo tempo também com autonomia, sem ficar atrelada.
Qual mensagem o senhor deixa no início desse pastoreio para os diocesanos?
Primeiro, vamos caminhar juntos. E dizer que a alegria é uma direção com essa arquidiocese. Eu fico muito feliz de ver tantas expressões e ter sido tão bem acolhido. Agradeço a acolhida e ao mesmo tempo me coloco inteiramente a serviço de todo o povo de Deus desta Arquidiocese. Que Deus abençoe a todos!
Dom Beto, como gosta de ser chamado, foi acolhido pelos fiéis daquela grande comunidade no início deste ano. Como coadjutor, ele já vinha ajudando e substituindo o bispo no exercício de suas funções perante a arquidiocese que, desde a chegada de dom Antônio, em 2007, praticamente dobrou de tamanho, passando de 62 para 107 paróquias, áreas pastorais e quase paróquias. Segundo dados do site da arquidiocese, o clero que tinha 70 integrantes, hoje dispõe de cerca de 170 pessoas, incluindo os padres, religiosos e diáconos.
Dom Antônio Muniz permanecerá como bispo emérito, continuando em Maceió, mas sem as responsabilidades do governo da Arquidiocese. A Arquidiocese contará ainda com os serviços de Dom Genival Saraiva, bispo emérito de Palmares/PE.
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