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Primeiro censo das rádios católicas do Brasil segue até final de janeiro
Primeiro censo das rádios católicas do Brasil segue até final de janeiro
Fruto da parceria entre Signis Brasil e CNBB, pesquisa deve ajudar a entender a realidade e desafios destas emissoras no país.
Há 2 anos - por Cleo Nascimento
A Signis Brasil, com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realiza o Primeiro Censo das Rádios Católicas em operação no país. Os dirigentes das emissoras têm até o dia 31 de janeiro de 2023 para responder ao questionário online da pesquisa, que tem o intuito de conhecer a realidade destas rádios e, assim, propor e planejar melhorias conjuntas.
Segundo levantamento do Ministério das Comunicações, mais de 10 mil emissoras de rádio estão em ativa hoje no país. Dentre estas, uma parcela significativa é identificada como sendo de "inspiração católica". Isso quer dizer que são veículos com algum vínculo institucional com a Igreja Católica ou que têm um perfil mais segmentado, mantendo características religiosas e devocionais em sua grade de programação.
A questão é que, embora se saiba da existência destas emissoras, até hoje não houve uma sistematização destes dados. E não tem sido uma tarefa fácil. Desde que foi anunciado, em setembro deste ano, poucas rádios aderiram ao censo, respondendo ao formulário online. Para o jornalista e integrante da equipe de coordenação da Signis Rádio, Jorge Teles, parte dessa demora esteja no fato de não haver um comum entendimento a respeito da importância do levantamento. "Hoje muito se fala em ”Sinodalidade”, em “ir ao encontro” e penso que seria um contra testemunho propagar isso nos microfones e não viver enquanto emissoras católicas".
Para explicar as razões e a relevância da iniciativa, os organizadores prepararam uma carta que, acompanhada de um vídeo do Presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação, Dom Joaquim Giovani Mol, foi divulgada e enviada para dirigentes dos veículos católicos.
No vídeo (confira aqui), Dom Mol lembra o valor da radiodifusão no país e explica que "o censo das rádios nos permitirá entender a realidade dessas emissoras no Brasil, buscarmos alternativas para os desafios do momento e planejar ações conjuntas".
"A pesquisa abrangerá emissoras de rádio católicas, sejam estas comerciais, educativas ou comunitárias; pertencentes a arqui/dioceses, fundações, associações, paróquias, congregações religiosas etc. Além de entender como nos organizamos, onde estamos e o que fazemos; o estudo trará um panorama da real situação destes veículos, os desafios comuns e particulares, assim como, a partir dele, a possibilidade de encontrar caminhos para nos apoiarmos mutuamente", aponta o documento, assinado pelo bispo e presidência da Signis.
Por que fazer o censo?
Esta pode ser uma as perguntas que pairam entre os responsáveis por veículos do segmento religioso católico. Além dos motivos, anteriormente citados, Teles recorre ao documento de Estudos da CNBB para explicar: “É crescente o apelo do episcopado para que as mídias no âmbito católico deem testemunho público e explícito de compromisso, de comunhão e de unidade na Igreja” (Estudos da CNBB 111 – Nº 23 – Orientações Pastorais para as Mídias Católicas).
"Penso que em qualquer mercado ou organização os dados são componentes de extrema importância, pois qualquer estratégia que se pretenda adotar eles se fazem necessários", diz o jornalista. Para ele, não é possível "pensar a comunicação católica no Brasil sem conhecer o potencial que o rádio oferece. De maneira abstrata, especulativa, estimamos quantas emissoras estão ligadas diretamente à Igreja, mas isso não é suficiente. Precisamos saber quantas emissoras, onde estão localizadas, o que fazem, e se estão dispostas a realizar trabalhos em comunhão. Isso independente do porte da emissora, do seu tipo de concessão, pois com certeza todas são importantes neste contexto".
Com os dados do censo, a Signis Rádio pretende fazer uma aproximação com as emissoras, fomentar trabalhos em comum, trocar experiências e, de forma prática, apresentar projetos para promover a sustentabilidade destes meios, assim como propor ações que incentivem compartilhamento do conteúdo produzido.
"Eu tenho a certeza que o rádio católico tem conteúdo útil e relevante, cobre quase que a totalidade do Brasil, fala para milhões de pessoas, mas nos falta termos esses dados mais detalhados. Com isso penso que o rádio, a comunicação católica vai se fortalecer e ter o respeito e o reconhecimento que merece", ressalta Jorge Teles.
A participação das emissoras no Censo é simples, apenas o preenchimento de um formulário no Google. O link que dá acesso ao formulário foi enviado num primeiro momento por e-mail, via banco de dados da empresa Media Opportunities, que presta assessoria para a Signis Brasil e Signis Rádio. Houve uma ampla divulgação do censo, inclusive no site da CNBB. Mais recentemente uma carta da Conferência foi encaminhada a todas as dioceses do Brasil, aos cuidados dos bispos, solicitando que as emissoras que estejam na diocese respondam.
O formulário da pesquisa para o Primeiro Censo das Emissoras de Rádios Católicas do Brasil pode ser acessado em: https://forms.gle/61HcwgcbzK7ZqJYx7
Os organizadores informam que o resultado deve ser apresentado publicamente entre final de janeiro e início de fevereiro, independente do número de respostas alcançadas pela pesquisa.
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