CNBB adere à campanha "Vacina Mais"
Iniciativa chama a atenção para o fato de que os índices de cobertura vacinal no Brasil, país reconhecido na eliminação de doenças via vacinas, vem caindo nos últimos anos e deixando milhões de pessoas em risco
O Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) se uniram para promover uma ampla campanha de incentivo à vacinação. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aderiu à campanha e se une ao conjunto de organizações como apoiadora e divulgadora da ação. O lançamento do “Vacina Mais” aconteceu ontem, quarta (29/06), às 10h, na sede da OPAS/OMS, em Brasília.
Em vídeo, especialmente gravado para Campanha, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, chama a atenção para a importância do ato de vacinar definido por ele como um gesto de compromisso e amor pela vida. “O Brasil tem uma história muito rica de vacinação, o Programa Nacional de Imunizações (PN) nos vem provando isto ao longo dos anos”, disse. Dom Joel chama a atenção para o fato de que doenças que haviam sido erradicadas estão voltando e que a responsabilidade pela vacinação é de todos, dos governos e também dos cidadãos. Confira o vídeo pelo link: https://youtu.be/KQ-wfiCn95E
Vacinação como caminho de vencer doenças
Dado que a vacinação é uma das intervenções de saúde pública mais eficazes, custo-efetivas e que salvam vidas, o objetivo da campanha é unir esforços para conscientizar a população do Brasil sobre a importância de aumentar a cobertura vacinal. Com isso, será possível prevenir mais de 30 doenças potencialmente mortais e proteger gerações inteiras de famílias e comunidades ao longo de todo o curso de vida.
Graças às vacinas, a varíola foi erradicada do mundo, em 1980, e a Região das Américas foi a primeira do planeta a eliminar doenças como poliomielite (em 1994), rubéola e síndrome da rubéola congênita (em 2015) e tétano neonatal (em 2017).
No entanto, a alta taxa de cobertura vacinal, que sempre foi uma característica reconhecida no Brasil e responsável pelo controle e eliminação dessas e de outras doenças, vem caindo nos últimos anos e deixando milhões de pessoas em risco.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, de 2015 a 2021, o número de crianças vacinadas com a primeira dose contra a poliomielite caiu de 3.121.912 para 2.089.643. Já para a terceira dose, no mesmo período, os números reduziram de 2.845.609 para 1.929.056.
A imunização insuficiente também resultou no retorno do sarampo ao Brasil. O país havia ficado livre da transmissão autóctone (que ocorre dentro do território nacional) do vírus causador dessa doença em 2016. Porém, a combinação de casos importados de sarampo com a baixa cobertura vacinal levou o Brasil a ter um surto, que desde 2018 tirou a vida de 40 pessoas, principalmente crianças.
Para ajudar na melhoria desse cenário e se somar aos esforços que vêm sendo realizados a nível comunitário por gestores e trabalhadores de saúde, a campanha “Vacina Mais” levará informação clara, atraente e precisa a diferentes públicos sobre a segurança, importância e efetividade de todas as vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Calendário Nacional de Vacinação.
Dessa forma, pretende-se motivar a população do país a se vacinar mais, mantendo a vacinação de rotina em dia e tomando todas as doses necessárias das vacinas contra COVID-19 e influenza, de modo a protegerem a si mesmas e aos outros.
PNI
O Brasil é um dos poucos países no mundo que oferecem um extenso rol de vacinas gratuitas à sua população. A iniciativa dos conselhos e da OPAS busca fortalecer o Programa Nacional de Imunizações (PNI), que em 2023 completará meio século de serviço para a população do país e, a cada ano, se consolida como uma das principais intervenções brasileiras em saúde pública.
O PNI conta com vacinas para mais de 30 doenças, disponibiliza cerca de 300 milhões de doses anualmente e tem cerca de 38 mil salas de vacinação distribuídas pelo território nacional para que as pessoas possam se imunizar e exercer seu direito à saúde e à vida.
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