Projeto Presença Samaritana amplia rede de colaboradores para atender vítimas da tragédia de Petrópolis
Iniciativa fechou parceria com grupo de mães que criaram uma loja solidária
O Projeto Presença Samaritana da Diocese de Petrópolis está ampliando sua rede de colaboradores e apoio para atender as vítimas da tragédia em Petrópolis. “Nosso objetivo é buscar parceiros para que possamos atender as famílias em suas necessidades e sempre com dignidade e com caridade cristã”, afirmou o coordenador do Presença Samaritana, diácono Marco Carvalho.
Com este objetivo, o projeto fechou uma parceria com um grupo de mães que, por intuição e vontade de ajudar as vítimas, criaram o projeto Mãos do Bem. A proposta delas era criar uma loja solidária, por meio do qual as pessoas, vítimas da tragédia em Petrópolis, pudessem ir ao local, escolher a roupa que precisam, dentro da característica de cada pessoa da família, assim como tamanho e estilo da peça de roupa, num ambiente humanizado e digno.
Fabiana Beutler, uma das colaboradoras do Projeto Presença Samaritana, acompanhou a visita à loja solidária do Mãos do Bem e afirmou que o projeto das mães vai de encontro ao que a Diocese de Petrópolis estava querendo realizar desde que recebeu as doações de roupa. Ela ressaltou que cada pessoa, vítima da tragédia, precisa ser tratada com dignidade e respeito, frisando que o olhar de Cristo para estas pessoas está presente nas ações desenvolvidas pelo Presença Samaritana e pelo Mãos do Bem.
De uma conversa a um projeto de dignidade e caridade
Michele Amaral e Raquel Troyack, integrantes do Projeto Mãos do Bem, falaram sobre os objetivos e como surgiu a proposta de criar um espaço digno para as pessoas pegarem as roupas que necessitam. Desde o início do encontro com os representantes do Projeto Presença Samaritana, elas deixaram claro que o objetivo não é aparecer, mas sim dar visibilidade às ações do Projeto Mãos do Bem, que tem como protagonistas as pessoas e empresários que ajudam e as vítimas.
Elas contaram que a proposta surgiu a partir de uma conversa entre amigas, preocupadas com a situação caótica da cidade e com as pessoas que foram diretamente atingidas. “Pensávamos em como poderíamos ajudar de alguma forma. Vendo que os pontos de apoio, naquele momento, estavam lotados e as pessoas sem suas casas para guardar seus pertences e doações. Tivemos a ideia de criar uma lojinha solidária gratuita, com o intuito de ajudar, dar um suporte para essas pessoas após o recebimento de suas novas casas. Queremos dar a dignidade dessas pessoas fazerem suas próprias escolhas na lojinha, para se sentirem amparadas e acolhidas, após tantas perdas e danos” contou as integrantes do Mãos do Bem.
A concretização da ideia aconteceu com a parceria de várias pessoas e empresas, como Mari Andrada que cedeu um espaço da sua empresa (www.efeittos.com.br), para todo o processo de organização e armazenamento das doações, a Nidia Hammes (Ikinha Malhas - http://www.lexmar.com.br) que cedeu um galpão para armazenar as roupas que foram doadas e que serão utilizadas neste projeto, e a @agathalimafotografia que indicou o projeto para receber uma doação de roupas do senhor Carlos da empresa @estrelamarfreguesia. Estas iniciativas e outras que surgiram, como o apoio da Diocese de Petrópolis indicando as famílias que precisam de doações, deu a elas a certeza que a ideia, uma proposta iniciada numa conversa de amigas, estava no caminho certo.
O sentimento delas em ajudar era grande, pois algumas das envolvidas com o Projeto Mãos do Bem conheciam muitas vítimas que sobreviveram e também que perderam a vida. Elas afirmam que ficaram aflitas por ver famílias inteiras sem nada. Mas, o que mais chocou foi ver na Praça Miguel Couto, no Alto da Serra, uma quantidade de roupa jogada no chão e as pessoas indo ali e retirando o que precisavam. “Aquilo ali era uma vergonha a forma como as pessoas estavam sendo tratadas. Era desumano” afirmam.
Mãos do Bem e Presença Samaritana, projetos que se completam
A partir da doação das roupas e com dedicação, colocando o coração à frente de tudo, começaram a montar a lojinha. Para elas, cada apoio que receberam foi importante e a certeza que estavam no caminho certo. A parceria com a Diocese de Petrópolis, através do Presença Samaritana, foi a estrutura que necessitavam para atender as vítimas.
A ida das pessoas à lojinha é agendada, em dia e horário combinado com cada família que fazem parte do cadastro elaborado pela assistente social do Projeto Presença Samaritana. “Esta parceria é importante para nós. Temos muitas roupas que recebemos de doação para atender as vítimas, mas não tínhamos a estrutura como fazer para que as famílias pudessem escolher as roupas que precisavam. Desde o início pensamos em algo como o Projeto Mãos do Bem, mas não tínhamos ainda a estrutura para criar. Com esta parceria ganhamos as mãos que precisávamos para atender, com dignidade, respeito e caridade as pessoas que precisam de apoio”, comentou o diácono Marco Carvalho.
Famílias cadastradas recebem apoio e são indicadas para o Mãos do Bem
O atendimento das famílias na Loja Solidária do Projeto Mãos do Bem é feito a partir do cadastro de famílias do Projeto Presença Samaritana. “A assistente social visita as famílias. Faz um cadastro social, levantando todos os dados sobre os membros daquela família. A situação social de cada um é anotada e a partir daí fazemos todos os encaminhamentos, inclusive para o Projeto Mãos do Bem”, explicou Marco Carvalho.
Na loja, as pessoas são recebidas pelas coordenadoras do projeto e por voluntários e escolhem as roupas que ficam nos cabides ou em caixas separadas por tamanho, sexo, adulto e infantil. As pessoas que vão à loja têm a liberdade para escolher as peças conforme a necessidade de cada família.
O limite de peças é definido de acordo com a quantidade de pessoas por família e a necessidade de cada uma. “Nosso objetivo é tratar todos com dignidade e por isso, cada pessoa leva o que precisa respeitando as características de cada um”, afirmou uma das integrantes do Projeto Mãos de Bem, frisando “temos um olhar de mãe e queremos que as pessoas recebam o melhor”.
O diácono Marco Carvalho disse que os dois projetos se completam, pois olham para as vítimas da tragédia com o respeito que elas merecem. Para ele, não há dúvida que neste momento, para doação das roupas às famílias atingidas pela tragédia, o Projeto Mãos do Bem são as mãos do Projeto Presença Samaritana, unidos pelo desejo de apenas servir. “Não é porque perderam tudo que merecem ganhar as coisas de qualquer jeito. As roupas doadas para eles passam por uma triagem e antes de serem colocadas nos cabides e nas prateleiras, as mães e voluntários do Projeto Mãos do Bem fazem nova revisão, pois com olhar de mãe e a sensibilidade feminina querem que cada pessoa receba o melhor”, afirmou o diácono, coordenador do Presença Samaritana.
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