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Exemplo de paternidade

Hoje, Festa de São José, queremos recordar alguns elementos fundamentais da carta apostólica Patris corde, do papa Francisco, publicada para o ano dedicado ao santo

Há 3 anos - por Luís Henrique Marques
São José: um pai com muitas facetas
São José: um pai com muitas facetas (foto por capuchinhos.org)

Ao proclamar 2021 o Ano de São José, o papa Francisco – em sua carta apostólica Patris corde – colocou em evidência algumas características fundamentais da paternidade exercida por São José que, para seguir a vontade de Deus, assumiu Maria e seu Filho, Jesus. Por seu testemunho, o santo, cuja festa hoje celebramos (confira coluna Santo de cada dia), foi aclamado padroeiro da Igreja.

Para marcar esta data, reproduzo aqui parte de um artigo que publiquei na edição de março de 2021 da revista Cidade Nova por meio do qual apresento uma breve radiografia da reflexão do papa a respeito da paternidade de São José, entre outros aspectos que marcam a vida do santo, presente nesse documento:

 

A razão para a iniciativa está descrita no próprio documento: “aumentar o amor por este grande Santo, para nos sentirmos impelidos a implorar a sua intercessão e para imitarmos as suas virtudes e o seu desvelo”. Este ano especial segue até o dia 8 de dezembro, quando, por meio de uma celebração, será concedida indulgência plenária aos fiéis.

Mais do que estimular a veneração a S. José, o papa busca evidenciar - de forma paterna, sensível e criativa, como é próprio do seu estilo – as diferentes facetas paternais do santo. Com efeito, a maior parte da carta é dedicada à interpretação de algumas das características do pai adotivo de Jesus, assim como é possível apreender dos poucos relatos que existem a seu respeito no Novo Testamento. São 7 os aspectos de S. José elencados por Francisco: o pai amado, o pai na ternura, o pai na obediência, o pai no acolhimento, o pai com coragem, o pai trabalhador e o pai na sombra.

Naturalmente, nada substitui a leitura do documento, cujo texto integral e em português (segue abaixo link de acesso). Mas vale destacar algo sobre cada um desses aspectos. Por se colocar inteiramente a serviço do plano de Deus para a humanidade, José assumiu os papeis de esposo de Maria em condições culturais adversas e de pai de Jesus, o que o tornou muito amado pelo povo cristão. Também a ternura define sua resposta aos planos de Deus para si e sua família, confiando Nele a despeito do fato de nem sempre entendê-Lo. Nesse sentido, afirma o papa: “Muitas vezes, pensamos que Deus conta apenas com a nossa parte boa e vitoriosa, quando, na verdade, a maior parte dos seus desígnios se cumpre através e apensar de nossa fraqueza”.

José se revela, desse modo, obediente a Deus, atendendo Suas solicitações – em geral, manifestadas em sonho - em diferentes oportunidades. Essa mesma atitude de submissão ao Eterno Pai, José teria ensinado ao seu filho Jesus, considera o papa. Já, num contexto de violência psicológica e física contra a mulher – não diferente do atual -, José “apresenta-se como figura de homem respeitoso, delicado que, mesmo não dispondo de todas as informações, se decide pela honra, dignidade e vida de Maria”. E justamente diante dessas incertezas e obstáculos, o pai de Jesus responde de forma criativa. “Às vezes, são precisamente as dificuldades que fazem sair de cada um de nós recursos que nem pensávamos ter”, argumenta o texto.

O papa evidencia ainda o São José trabalhador. “A pessoa que trabalha, seja qual for a sua tarefa, colabora com o próprio Deus, torna-se em certa medida criadora do mundo que a rodeia”. Nesse sentido, é especialmente importante o fato de que, no início da carta, o pontífice chama a atenção para o trabalho silencioso de muitos profissionais que têm arriscado a própria vida para servir a comunidade durante esse período de pandemia. São verdadeiros heróis que, a exemplo da figura humilde de S. José, não ganham as páginas dos jornais, mas cujo trabalho é indispensável para a sociedade.

Por fim, o Francisco salienta que a figura de José é um “pai na sombra”, isto é, que não toma posse de seu filho, mas que o ajuda a encarar a realidade da vida com naturalidade e liberdade. Por isso, diz o papa, o amor evangélico testemunhado por José é “castíssimo”. “Um amor só é verdadeiramente tal, quando casto”, isto é livre e que não só permite a liberdade do outro como não faz de quem ama realmente, o centro das atenções.

 

Confira o texto integral da carta apostólica Patris corde no link a seguir:

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/papa-francesco-lettera-ap_20201208_patris-corde.html

 

(Foto: Luís Henrique Marques)

Dica de leitura

 "A sombra do Pai: história de José de Nazaré" é o título da versão em português dessa obra do catálogo da Cultor de Livros. É uma ficção muito bonita, envolvente, de muita sensibilidade, sobre a figura de São José. Escrita pelo autor polonês Jan Dobraczynski, essa obra mostra o valor de uma vida que se submete plena e corajosamente à Vontade do Altíssimo. Ler esse livro, tanto quanto um prazer, nos faz (re)pensar muito nessa relação com Ele.

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