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Bento XVI responde relatório e pede perdão às vítimas de abusos na Alemanha

Em carta, papa emérito diz estar envergonhado diante dos fatos e afirma sentir "grande dor" pelos erros: "lamento cada um dos casos".

Há 3 anos - por Cléo Nascimento
(foto por Rinaldo Cornacchini (Fotograf und Bildurheber) via Wikimedia Commons)
O Papa emérito Bento XVI se manifestou, por meio de carta divulgada nesta terça-feira (8), sobre o relatório publicado em 20 de janeiro e que trata de casos de abusos, enquanto era arcebispo de Munique, cargo exercido entre 1977 e 1982. 
Agradecendo ao apoio que tem recebido, inclusive do Papa Francisco, Bento XVI afirmou que os últimos dias foram de "exame de consciência e reflexão".
 
"No trabalho gigantesco destes dias para elaborar a tomada de posição, verificou-se um lapso a propósito da minha participação na reunião do Ordinariato de 15 de janeiro de 1980. Este erro, que infelizmente ocorreu, não foi intencional e espero seja desculpável", explica Ratzinger, admitindo sua presença no encontro em que se decidiu acolher na arquidiocese um padre que necessitava de tratamento. Ainda sobre o assunto, ele lamentou que a "distração" tenha sido usada para que parecesse "mentiroso".
 
Num contexto espiritual, o papa emérito se disse impressionado diante da "confissão da nossa culpa e o pedido de perdão" presentes durante a liturgia da missa, enquanto se questiona, neste momento, da necessidade de falar de "tão grande culpa" e da disposição em mudar a si mesmo.
 
Em outro trecho da carta, Bento XVI afirmou que durante encontros com vítimas de abusos sexuais por parte de padres, pode ver as consequências desses atos, especialmente quando a culpa é negligenciada ou quando não há a devida responsabilidade. "Como fiz naqueles encontros, mais uma vez posso apenas expressar a todas as vítimas de abusos sexuais a minha profunda vergonha, a minha grande dor e o meu sincero pedido de perdão. Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. Tanto maior é a minha dor pelos abusos e os erros que se verificaram durante o tempo do meu mandato nos respetivos lugares. Cada caso de abuso sexual é terrível e irreparável. Para as vítimas de abusos sexuais, vai a minha profunda compaixão e lamento cada um dos casos".
 
Ao final, Bento XVI disse estar se preparando para encontrar-se muito em breve com "o juiz supremo" de sua vida e que, mesmo tendo motivos para temer, tem confiança de que o Senhor é um "justo juiz", além de amigo, irmão e Defensor.

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