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São João Bosco aos jovens: “espero todos vocês no Paraíso”

Para celebrar a data deste importante santo para a Igreja Católica, a Agência SIGNIS conversou com o jovem salesiano Ronnaldh Oliveira. Ele destacou alguns momentos importantes da vida do seu fundador cuja obra tem especial atenção à juventude

Há 3 anos - por Luís Henrique Marques
São João Bosco: pai e mestre da juventude
São João Bosco: pai e mestre da juventude (foto por Site Diocese de São José dos Campos)

Como você que acompanha o nosso trabalho já sabe, é possível encontrar no nosso portal um breve perfil do santo ou santa cuja festa a liturgia católica celebra a cada dia (leia seção “Santo de cada dia”, de autoria de Raul Ribas). Entre esses importantes personagens para a vida da Igreja, encontra-se São João Bosco, fundador da Congregação dos Salesianos, cuja festa está sendo celebrada hoje, 31 de janeiro. Para evidenciar a importância da data, a Agência SIGNIS ouviu o jovem salesiano Ronnaldh Oliveira. Graduado em filosofia, ele é também jornalista e especialista em acompanhamento de dependentes químicos, justiça restaurativa e gestão de presídios. É ainda docente em Educomunicação com ênfase em medidas socioeducativas.

Para Ronnaldh, Dom Bosco “foi um homem a frente do seu tempo”. O religioso explicou que todo o carisma que nasceu de Dom Bosco é fundamentado no que ele chama “tripé do sistema preventivo”: razão, religião e benevolência, isto é, do amor demonstrado concretamente às pessoas, sobretudo aos jovens. Nesse sentido, ele explicou que a relação a ser cultivada com a juventude deve ser aquela que gera confiança; uma confiança que gera familiaridade e é isso que chega aos corações.

Natural de Becchi, próximo a Turim (na Itália), Dom Bosco faleceu na manhã do dia 31 de janeiro de 1888. Antes de morrer, sua última frase foi: “Digam aos meus jovens que eu os espero a todos no Paraíso”. Antes disso, ele disse também aos seus companheiros de congregação: “Digam a todos os jovens que chegam a uma casa salesiana que cada um deles foi trazido ali pelas mãos de Nossa Senhora”.

 

Paternidade e audácia

 

Ronnaldh conta que Dom Bosco perdeu o pai com dois anos de idade e que, a partir daí, viveu a procura de cobrir essa lacuna. Foi quando entendeu, depois de realizar um intenso trabalho com a juventude, que ele não devia seguir procurando um pai, mas que cabia a ele exercer a paternidade na relação com os jovens a quem assistia. Com efeito, muitos desses jovens que conviveram com o santo passaram a chamá-lo de “pai”. Foi justamente por essa razão que João Paulo II o chamou “pai e mestre da juventude”.

Outro fato que se destaca na vida de Dom Bosco é que, tendo sido indicado para ser tutor de uma família em Turim, no início do seu aprendizado como sacerdote, ele acabou optando por assistir os jovens encarcerados, depois de tê-los visitado nas prisões locais. Muito cedo, ele entendeu que essa era a sua vocação e, desde então passou a atuar nas prisões, o que lhe valeu o apelido de “Anjo do Cárcere”.

Consciente, no entanto, de que era preciso fazer algo para que os jovens não fossem levados à prisão, Dom Bosco apostou no uso dos oratórios. A novidade que ele trouxe – já que oratórios eram muito comuns na Itália – era “ele mesmo”, afirma Ronnaldh. O santo usava da proximidade para com os jovens, investia no espírito de família e no clima de festa. Com efeito, o carisma salesiano tem a alegria como um dos elementos marcantes, “porque entende que Cristo se faz presente no nosso meio e isso é motivo de alegria”.

 

Ronnaldh Oliveira: "Dom Bosco era um homem a frente do seu tempo" (Arquivo pessoal)

 

Ronnaldh lembra que, no processo de canonização, a indicação de Dom Bosco à santidade foi questionada porque foi dito que ele não rezava. A resposta do defensor da causa foi a seguinte: “Nas atitudes de Dom Bosco, na sua proximidade com os jovens, no seu trabalho incansável, quando é que ele não rezava? Ele fazia da sua vida uma oração, porque entendeu que a nossa vida é um presente de Deus e aquilo que nós fazemos dela é o nosso presente a Ele”. A esse respeito, o salesiano evidencia que o seu fundador tinha três pilares devocionais: o papa, a Eucaristia e Nossa Senhora (especialmente sob o título de Auxiliadora).  

Ronnaldh Oliveira afirma que, hoje, “ser filho de Dom Bosco é compreender-se ser filho da audácia e do sonho”. Isso porque Dom Bosco foi um homem que sonhava e realizava seus sonhos com audácia, razão pela qual muitos clérigos da sua época não o compreendiam e houve até quem quisesse interná-lo num hospício. Para o religioso, o fato é que o carisma salesiano se revela bastante atual, justamente por buscar trabalhar, de forma audaz e compreensiva, com a juventude de hoje.

 

Sobre a Congregação Salesiana

De acordo com Ronnaldh Oliveira, os salesianos são cerca de 14600 no mundo, estão presentes em 133 países e compreendem 31 grupos. Em função do número de noviços, a ordem chegou a se tornar a maior do mundo, superando jesuítas e franciscanos. No Brasil, existem 6 províncias do ramo masculino e 4 do feminino. Os salesianos atuam em diferentes frentes, com destaque para a educação (do ensino fundamental à universidade), a atuação em obras sociais (o trabalho no âmbito penitenciário é uma dessas áreas) e em paróquias. Considerando os cooperadores, mais de um milhão de pessoas ligadas à congregação atuam no trabalho com a juventude ao redor do mundo.

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