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Igreja no Brasil celebra centenário de Dom Paulo Evaristo Arns

Arquidiocese de São Paulo planeja um ano de atividades em homenagem ao arcebispo que completaria 100 anos nesta terça-feira (14)

Há 3 anos - por Cléo Nascimento
Igreja no Brasil celebra centenário de Dom Paulo Evaristo Arns
(foto por Rovena Rosa / Agência Brasil)
Dom Paulo Evaristo Arns completaria 100 anos neste dia 14 de setembro. O arcebispo, que faleceu em 2016, esteve à frente da Arquidiocese de São Paulo por 28 anos e se tornou uma referência por defender com afinco a democracia e os direitos humanos no Brasil.
 

Homenagens

 

Nesta segunda feira (13), em Brasília, parlamentares prestaram homenagens ao arcebispo. Na Câmara, a Deputada Luíza Erundina destacou que Dom Paulo deu inúmeras provas de compromisso em favor da população mais vulnerável: "Chegou a vender o palácio episcopal, usando o dinheiro arrecadado para criar centros comunitários na periferia"
 
O Senado Federal trouxe a luta incansável do religioso pela redemocratização do país, sendo inspiração na busca por um país mais justo e igualitário. Requerente da sessão especial, o senador Flávio Arns, lembrou do lema: "de esperança em esperança".
 
"Dom Paulo acreditava que mesmo com todos os males presentes no mundo por meio das ações humanas, somos chamados a caminhar de esperança em esperança. Esse cidadão do Céu e da terra, pastor e profeta, de inquebrantável força moral, tinha no trato com cada pessoa a confirmação do profundo respeito pelo ser humano e pela sua dignidade. Pela sua palavra e por sua ação, Dom Paulo se tornou agente de vida e vida plena para todos, em especial aos pequenos e esquecidos. Lutou por direitos e praticou a solidariedade", refletiu o sobrinho do arcebispo.
 
Também presente na sessão solene, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Joel Portella Amado, recordou a fé e generosidade de Dom Paulo "num tempo desafiador" também para a CNBB: "Dom Paulo primou sempre pela unidade e pela colegialidade, tratando todas as pessoas com respeito, particularmente, quem pensava diferente dele. As diversas celebrações em homenagem ao seu centenário servem para refletirmos sobre o exemplo de alguém que soube viver na adversidade, mantendo, porém, a unidade e o respeito”.
 

Um pouco de história

 
Natural de Forquilhinha, Criciúma (SC), Dom Paulo foi o quinto dos 13 filhos do casal de agricultores Helena e Gabriel Arns. Em 1939, ingressou na Ordem Franciscana e foi ordenado Padre no ano de 1945, em Petrópolis (RJ). Nomeado bispo auxiliar de São Paulo pelo papa Paulo VI, em 1966, foi empossado arcebispo metropolitano quatro anos depois, cargo ocupado até 1998. O cardinalato veio em 1973, também por determinação de Paulo VI.
 
Dom Paulo foi uma das vozes na campanha pela anistia e, em 1975, promove na Catedral da Sé a histórica celebração ecumênica em memória do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar. Em 1980, acompanhou o Papa João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil e, durante a ocasião, se posiciona ao lado dos trabalhadores que, reunidos no ABC Paulista, reivindicavam direitos.
 
Com apoio do Conselho Mundial de Igrejas e do reverendo Jaime Wright, lançou o livro “Brasil: Nunca Mais”, em 1985. A publicação repercutiu por conter informações dos arquivos militares oficiais a respeito da tortura durante o regime.
 
Em 1989, Dom Paulo foi indicado ao prêmio Nobel da Paz.
 

Ano Centenário

 
A Arquidiocese de São Paulo prepara uma série de eventos que devem acontecer até setembro de 2022 em tributo a Dom Paulo Evaristo Arns.
 
Entre as atividades programadas estão missas, cursos e uma exposição fotográfica com abertura prevista para final de outubro.

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