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Igreja do Brasil envia religiosas para missão em Moçambique

Iniciativa é coordenada pelo Regional Sul 1 da CNBB; missionárias devem atuar na Diocese de Pemba.

Há 4 anos - por Redação com Regional Sul 1 CNBB
Igreja do Brasil envia religiosas para missão em Moçambique
Em continuidade à Missão Ad Gentes, o Regional Sul 1, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), está enviando duas religiosas para a Diocese de Pemba, Moçambique. Irmãs Sorella do Santíssimo Sacramento e Eulália de Nossa Senhora Serva pertencem à Congregação da Fraternidade das Pobres de Jesus Cristo (Fraternidade Missionária O Caminho) e partem dia 23 de agosto, permanecedo país africano por até 6 anos.
 
As irmãs se unirão a outro grupo missionário brasileiro que, desde 2018, está na região. Elas devem fortalecer o trabalho com o Projeto Santa Teresa de Calcutá, que atende crianças com desnutrição e HIV; colaborar nas atividades pastorais da Paróquia Santa Marta e no acolhimento de famílias que fugiram de suas aldeias devido a conflitos.
 
No dia 03 de agosto, as missionárias se encontraram com o secretário do Regional Sul 1 da CNBB , Dom Luiz Carlos Dias, e com o secretário executivo, Pe. Thiago Faccini. Para Dom Luiz a disponibilidade de ambas é um fator muito positivo para o bom êxito da missão: "Elas vão juntar-se a outras irmãs que ali estão e atuam em diversas frentes. É um trabalho importantíssimo no ponto de vista humanitário, porque ali, as religiosas acolhem crianças, muitas delas apresentando sinais de desnutrição. Elas partem em missão com muita alegria e disponibilidade".
 
Sobre a Diocese de Pemba
 
Criada em 1957, com uma área de cerca de 82.625km² (quase do tamanho de Portugal) e localizada ao norte de Moçambique, a Diocese de Pemba abrange toda a Província de Cabo Delgado e faz fronteira com as duas outras Províncias do Norte do país: Nampula e Niassa.
 
Moçambique é um dos países mais pobres do continente africano, e a Província de Cabo Delgado é uma das regiões mais carentes do país, com uma população aproximada de 2 milhões e 400 mil habitantes. Estima-se que 30% da população seja católica, entre 20% a 22% muçulmanos, e quase metade da sociedade local (cerca de 48% a 50%) tenham religiões tradicionais africanas.
 
O Projeto, coordenado pelo Regional Sul 1, que compreende o estado de São Paulo, é mantido com recursos do Fundo Missionário e atende as aldeias de Nangade, Mazeze e Metoro.
 
 
Confira, a seguir, uma entrevista com as religiosas.
 
 
Fale um pouco de vocês para nossos leitores.
 
Irmã Sorella: Sou Irmã Sorella do Santíssimo Sacramento, sou religiosa da Fraternidade O Caminho. Tenho 33 anos, ingressei na vida religiosa aos 17 anos, sou natural do estado do Pará da diocese da Santíssima Conceição, na cidade Conceição do Araguaia.
 
Irmã Eulália: Me chamo Irmã Eulália de Nossa Senhora Serva, sou religiosa da Fraternidade O Caminho, faz 7 anos que pertenço a comunidade, tenho 25 anos, sou natural de Pilar (AL), mas cresci na Cidade de Laranjeiras (SE), pertencente a Arquidiocese de Aracaju.
 
Qual a congregação que as senhoras pertencem. Pode nos falar um pouco sobre a congregação e o seu Carisma?
 
Somos uma Associação Publica de Fiéis de direito diocesano, mas conhecidos como Fraternidade O Caminho. Temos 20 anos de fundação, e nossos fundadores são Pe. Gilson Sobreiro e Ir. Serva das Chagas Ocultas do Crucificado. A frase que abrange e resume todo nosso carisma é:  Jesus Todo, Todo de Jesus, que é o ideal de toda vida Cristã, e por conseguinte de toda vida consagrada que é Jesus. É uma profunda e até, quem sabe, uma ousada pretensão, de querer Jesus por inteiro e de ser d’Ele também por inteiro. O Evangelho nos oferece o caminho seguro pelo qual podemos encarnar toda sua vida na nossa própria vida. E todo nosso labor missionário é para os pobres, pobres nos seus múltiplos rostos.
A Congregação está presente em 14 países: Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile, Nicarágua, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Moçambique.
 
Irmãs, o que as motivaram a serem missionárias em Pemba?
 
São vários motivos que nos levaram a querer ir em missão para Pemba. Primeiramente, o "chamado de Deus" - nos sentimos convidadas e enviadas por Nosso Senhor Jesus Cristo a ir para as águas mais profundas para anunciar sua Palavra e testemunhar o Seu amor a outras realidades em outras culturas, em outros países. Como também há um profundo desejo do nosso coração de nos colocarmos a serviço permitindo assim que Deus nos conduza para além de nós mesmas para sermos sinais de esperança, fé, alegria e amor em tempos tão difíceis para o povo moçambicano.
 
Já tiveram experiências missionárias?
 
Ir. Sorella: Tive oportunidade de missionar em vários estados das regiões do norte, nordeste e sul do Brasil como também na missão ad gentes nos países da Bolívia, Nicarágua e Guatemala.
 
Ir. Eulália: Minhas experiências missionárias foram em 4 estados do Brasil, Cratos (CE), Belo Horizonte (MG), Penha, (PR) e Cascavel (PR).
 
As senhoras viajarão quando e por quanto tempo ficarão em missão na Diocese de Pemba, Distrito de Mecufi?
 
Viajamos no dia 23 de agosto 2021 e ficaremos em missão de 4 a 6 anos.
 
Que realidade devem encontrar em Pemba?
 
Vamos encontrar um país que carece de políticas públicas, que refletem sobretudo no sistema educacional e de saúde. Mas também encontraremos um povo alegre, acolhedor, que tem uma cultura rica e própria, um povo religioso que em meio a dor busca na fé a esperança, a força para suportar os sofrimentos.
O povo moçambicano, especialmente da província de Cabo Delgado, que tem como capital Pemba, também vive uma realidade de terrorismo, que tem contribuído significativamente no aumento do número de refugiados da guerra gerando mais pobreza, doenças e fome.
 
 

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